DOEU...
Doeu...
Doeu pra caramba
Ao ver a Sagrada Umbanda
Sofrer tanto desrespeito
Me doeu o coração
Sofri e muito chorei
Ao ver quem tanto ajudei
Devolver ingratidão.
Doeu...
Doeu ao ver o Astral
Que a ninguém nunca faz mal
Envolvido em picuinha
Por gente que eu quis muito bem
E que mostrou ao além
Ser pobre e muito mesquinha.
Doeu...
Doeu pelos Pretos Velhos e pelo Povo Baiano
Porque o vil ser humano
Não sabe o que é humildade
Por isso a infelicidade
Onde vivem mergulhados
Explorando a fé alheia
São pequenos, uns coitados.
Doeu...
Doeu por ver a doutrina
Que sigo desde menina
Sofrer mistificação
Nas mãos de quem deveria
Liderar com alegria
Mas só faz enganação.
Doeu...
Doeu por ver tanta gente
Que ali chegou tão contente
Pra fazer a caridade
Mas olhando bem de perto
Viu que nada estava certo
Só havia falsidade.
Doeu...
Doeu mas há de passar
Pois Oxalá no universo
Viu esse povo perverso
Brincando com o Sagrado
Mas isso vai ser cobrado
Porque chegará o dia
Para o acerto de contas
Entre você e seu guia.