Canto Maldito

Quando não esquecer o que dói

Quando entender não haver motivo

Das cinzas que o coração corrói

Batendo sem saber se ainda está vivo

Quando se perder em luas e sóis

Quando o mar recorda um sorriso

E a noite lenta simula uma voz

Atormenta, matando de vez o juízo

E quando ouvirem esse canto maldito

E quando sentirem meu veneno polido

Um tiro no peito é só um exagero bonito

Já não podem matar quem havia morrido

Enquanto ninguém nada perguntou

Enquanto alguém cobrava por afeto

Como tudo era óbvio e desmoronou

A culpa foi do próprio idiota indiscreto

Enquanto o passado ria à meia-noite

Enquanto o futuro matava o amor eterno

Os fantasmas das juras viram chicotes

Tornando o sonho numa prova do inferno

E enquanto ouvirem esse canto maldito

E enquanto ouvirem meu ódio florido

Saibam que esses erros eu não admito

Se fosse por mim, eu nem teria nascido

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 30/12/2023
Código do texto: T7965323
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