Canto Maldito
Quando não esquecer o que dói
Quando entender não haver motivo
Das cinzas que o coração corrói
Batendo sem saber se ainda está vivo
Quando se perder em luas e sóis
Quando o mar recorda um sorriso
E a noite lenta simula uma voz
Atormenta, matando de vez o juízo
E quando ouvirem esse canto maldito
E quando sentirem meu veneno polido
Um tiro no peito é só um exagero bonito
Já não podem matar quem havia morrido
Enquanto ninguém nada perguntou
Enquanto alguém cobrava por afeto
Como tudo era óbvio e desmoronou
A culpa foi do próprio idiota indiscreto
Enquanto o passado ria à meia-noite
Enquanto o futuro matava o amor eterno
Os fantasmas das juras viram chicotes
Tornando o sonho numa prova do inferno
E enquanto ouvirem esse canto maldito
E enquanto ouvirem meu ódio florido
Saibam que esses erros eu não admito
Se fosse por mim, eu nem teria nascido