Reflexões de véspera
Refletir, refletir, refletir, refletir até
Olhar pra si, procurar marcas de dor
Ou seguir em frente... com o gosto de fel
Na boca... escorregando pela alma
Até vencer os soldados mais preparados
Do estômago e sentir a acidez relembrada
Mas pra quê?
O vento tem poder especial
De beijar almas e fazer renascer
O vento acorda a liberdade
Levanta astral em voo único
Como se fora o espírito
Dos tempos mais doces
Da passagem pelo lugar
Que insistimos chamar nosso
O remédio doce existe
E vem acompanhado de dose especial
Em palavras adequadas e oportunas
Acompanhadas de mãos poderosas
Que dissipam dores
Sentado na pedra mais alta do lugar
Sinto a brisa que beija as nuvens
E liberta do mundo sufocante
Que da janela vista nenhuma alcança
Ouvir música
Escutar o poema cantado
De poeta que vive de vendas de sua arte
No lado de fora do bar
Em tarde de chuva
Que beija o telhado de zinco
É o programa do sábado
Ele e a garrafa de cerveja
Formam a dupla perfeita
Um ligação atrapalha o gole grande
E desconserta as mãos que lutam
Para equilibrar o cigarro aceso
O chamado arrependido
Não é capaz de mové-lo do lugar
Parece mesmo que ele vai ficar
E ouvir falar em fogos e resoluções
Só na segunda
A voz cansada
Atropela letras, palavras
Num momento ímpar
Ele, a cerva e o olhar estático
Para o ontem