Reflexões de véspera

Refletir, refletir, refletir, refletir até

Olhar pra si, procurar marcas de dor

Ou seguir em frente... com o gosto de fel

Na boca... escorregando pela alma

Até vencer os soldados mais preparados

Do estômago e sentir a acidez relembrada

Mas pra quê?

O vento tem poder especial

De beijar almas e fazer renascer

O vento acorda a liberdade

Levanta astral em voo único

Como se fora o espírito

Dos tempos mais doces

Da passagem pelo lugar

Que insistimos chamar nosso

O remédio doce existe

E vem acompanhado de dose especial

Em palavras adequadas e oportunas

Acompanhadas de mãos poderosas

Que dissipam dores

Sentado na pedra mais alta do lugar

Sinto a brisa que beija as nuvens

E liberta do mundo sufocante

Que da janela vista nenhuma alcança

Ouvir música

Escutar o poema cantado

De poeta que vive de vendas de sua arte

No lado de fora do bar

Em tarde de chuva

Que beija o telhado de zinco

É o programa do sábado

Ele e a garrafa de cerveja

Formam a dupla perfeita

Um ligação atrapalha o gole grande

E desconserta as mãos que lutam

Para equilibrar o cigarro aceso

O chamado arrependido

Não é capaz de mové-lo do lugar

Parece mesmo que ele vai ficar

E ouvir falar em fogos e resoluções

Só na segunda

A voz cansada

Atropela letras, palavras

Num momento ímpar

Ele, a cerva e o olhar estático

Para o ontem

Luciano Villalba Neto
Enviado por Luciano Villalba Neto em 28/12/2023
Código do texto: T7964009
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