DOR DA DOR
A dor da saudade é arteira
nubla os sentires, os gostares, os entenderes,
deixa bambo o chão.
É dor que geme de jeito cruel,
rasga o coração sem pressa,
desmantela o dia, ficando surrado e frio.
Nesta dor por vezes me encaixo,
imagens vividas reaparecem do nada,
gostos e cheiros idos são paridos de novo.
Dá vontade de chorar, de surrar Deus,
dá vontade de morrer de novo, de novo, de novo...
então acontece. some de vez, babaus
não deixando um tiquinho pra contar história,
como se nunca existido algum dia.
Daí o ar acalma, deixa de bufar, de esbravejar,
toda saudade se anda numa debandada só,
não restando um fiapo do que um dia foi tanto..