Suplício sentencial

No suplício de alguma coisa mortificada...

O quanto, é preciso sentir dor?

Quem suporta?

Realmente suporta?

Morreu...

Morreu e existe...

A destruição, que partiu de outro...

Não deveria ser aceita...

Mas, foi...

O avessamento, do que um dia era...

O abismo...

Olhou demais, para o abismo...

Olhou, tateou...

Aquela escuridão, penetrou...

E agora?

Desconexo de tudo...

Não adianta gritar, de frente e nem de costas, a consciência cegou...

Lutando sempre, contra o fútil...

Sempre contra o inútil...

Já se atreve a tirar conclusões...

Que se por todo mal da vida...

Não te tratam bem...

E ao invés de sentir, o que se põe aos olhos e ouvidos...

Se fechou...

É o delirante...

A lucidez, existiu enquanto a batalha era desconhecida...

Uma vez conhecendo...

Uma vez sentindo...

Uma vez morrendo...

Se agarra ao físico, como se fosse a última maneira encontrada de vida...

Tudo virou, o espetáculo do demônio...

Tudo se endiabrou...

Não abisme...

Não! O abismo!

O abismo, te abismou!

E você continua abismando...

Que perdesse a sensibilidade, essa era a sentença...

Mas, que se não percebes...

Cavado de tudo, o que não for real, se prendeu...

O real, era alguma parte...

Não viveu...

Tanto viveu e não vive...

Morreu, naquilo que achava ter vivido...

Viveu no que morreu, e nunca vive no que deveria ter vivido...

Quantas?

E mais quantas?!

Pense, em toda vida não vivida...

Não compreende...

O manicômio maior, é o interno...

Criado face o paranóico...

Tanto gritou...

Tanto quis se fazer ouvir...

Agora, não ouve mais...

O desestruturado estrutural, te consumiu...

Por tantas lamúrias...

O inferno, fica cheio dos teus demônios...

Ensanguentou a água, que bebeu...

Sujou a criação, que te foi dada...

Exatamente, porque...

Exatamente, porque em algum instante...

Perdeu a criança...

A que te fazia vibrar...

Não, eu não posso aferir que este mundo seria brincadeira...

Mas, que falta de visão na tua mente, não faz perceber?

Não faz mais saber discernir, que o avanço sobretudo, deve ser consciencial...

Que não adianta, tratar como te trataram...

Surrar a sensibilidade, de quem te acolhe...

Do taxativo, sempre tentou fugir, agora entranhou-se em ti...

Ao cárcere maior, que não enxerga...

A justiça, que espera para não te confinar a prisão perpétua, no tribunal da tua mente...

Que o que te adoeceu, te liberte...

Mas, que se libertando, aprenda o fundamental que ainda não sabe...

Que dessa vida, que perdeu...

Que o amor, que te falte...

Não adianta, metade por metade...

Se inteire, e perceba, que o juiz dos teus pensamentos, emoções, sensações, sentimentos, sempre havia esperado, pela sentença final.

Gisele Maria
Enviado por Gisele Maria em 26/12/2023
Código do texto: T7962113
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