TOMANDO UMAS COM O PERU
Na cozinha, a dança dos sabores se inicia,
Um peru, cinco quilos, ou frango, em poesia.
Sal grosso, o poeta que tempera a peça,
E pra marinar, descanso na cerveja e cachaça.
Cenoura em rodelas, rodopiando na receita,
Alecrim e tomilho, a dança perfumada e perfeita.
Sálvia picada, versos de aroma e sabor,
Dez dentes de alho, cebola e amor.
Cachaça e cerveja, líquidos da alquimia,
Na geladeira, o tempo celebra a magia.
Cebolas e batatas, a assadeira enfeita,
O peru, na marinada, e eu na bebedeira.
Papel-alumínio, o véu não se rebela,
No forno preaquecido, a história se revela.
Duas hora e meia, o tempo da espera,
Retira-se o véu, o dourado se esmera.
Na última etapa, o molho da assadeira,
Regando o peru, festa poética inteira.
Assim, no banquete, a arte do prato quente,
Cada bocado, um verso, receita perfeita.
21.12.2023