“TRINTA E NOVE ANOS DE CHUVAS E AGUACEIROS”
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Pt. 1: “DESCASO POR MIM FRENTE
A MAGNITUDE DE TUDO (QUE NÃO SEJA EU)”
Acho que a gente chega
num determinado momento
da vida
[mas será que
todo mundo chega
nele, afinal?]
Em que a gente
não se abala mais
ou até que se abala, mas
não por muito tempo…
Uma briga na família, uma
investida amorosa que falhou
de maneira absurdamente ruim
Uma derrota uma
rejeição e logo, logo
alguns dias depois:
Tudo que importa é a chuva
que finalmente caiu,
após meses de seca nestas
terras áridas que escolhi
pra viver…
E veja BEM eu não
escolhi “tentar ser feliz”
num lugar diferente.
Eu nem pensei em ser feliz.
Pensei que talvez fosse,
ou talvez não… mas…
que fosse tudo
brando. Morno…
quase homeostático.
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Pt.2: “A HOMEOSTASE TEM GOSTO DE PUDIM DE LEITE
COM SUCO DE MANGA E DOCE DE COCO”
E a vida é assim, cara…
ela é um frasco de
pílulas e às vezes são
pequenas sensações
de alegria
e noutras vezes são pequenas
desgraças, pequenas tragédias
um conta-gotas de mililitros
decepcionantes que você engole.
Você tem que engolir…
E depois passa, pois
A CHUVA CHEGOU
a chuva veio…
E a chuva parece ser
muito mais importante
que tudo.
Uma deusa que só
perde pra Morte…
E merece que a gente
a venere por todo instante
esquecendo qualquer restante.