O Conflito com a Arma que Dilacera os Dias

A fria faca do ceticismo

Corta a verdade em dúbias faces,

Freia o ânimo, emudece a esperança,

Implanta sombras no concreto das certezas.

Do corte da pesada arma se vê

O incômodo nó que estrangula os dias,

As ilusões desgastadas em sonhos,

O vocabulário vazio das palavras.

Muitos já não conseguem deter a afiada lâmina

Que se impõe sobre o suor dos rostos surpresos.

E diante dos letreiros que anunciam um grande futuro,

A arma branca vai dilacerando os alvos valores,

Diminui o combustível das atitudes, sangra os corações.

Mas, acima de tudo, perante este mar de incertezas,

É preciso imaginar Sísifo feliz, tentar domar as casualidades.

E perante os percalços do mundo, se joga todos os cacos

Para debaixo do tapete, se busca um novo dia na doce

Revolta de todo este degradante fardo poder ser vencido.

Se pinta o acinzentado dos dias mornos com tons alaranjados

Da vontade, se vence a pedra da inércia na imposição

De novos desejos e outras formas de sentir.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 21/12/2023
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