Sou
Os brancos clarões nas brechas do mundo
E grilos que cantam ao endoidecer do dia
As muitas vozes que balançam o vento e
Escravizam o tempo com mãos gigantes
Lendas contadas há milhares de anos
Olhares infaustos nos quadros antigos
Quem estava dormindo e jamais acordou
Aquele que estava ébrio e ridículo
O que espera sentado e desatento
Que fica sozinho a todo momento
O que escreve poemas para a morte
As chuvas que molham o acaso
O clamor dos esquecidos
O fogo abrasando a madeira