Sou

Os brancos clarões nas brechas do mundo

E grilos que cantam ao endoidecer do dia

As muitas vozes que balançam o vento e

Escravizam o tempo com mãos gigantes

Lendas contadas há milhares de anos

Olhares infaustos nos quadros antigos

Quem estava dormindo e jamais acordou

Aquele que estava ébrio e ridículo

O que espera sentado e desatento

Que fica sozinho a todo momento

O que escreve poemas para a morte

As chuvas que molham o acaso

O clamor dos esquecidos

O fogo abrasando a madeira

Oliver Santos
Enviado por Oliver Santos em 21/12/2023
Código do texto: T7958858
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