DESAMPARADOS

“DESAMPARADOS”

 

 

Pés descalços,

Cabeça ao vento gelado,

Trapos a cobrir-lhes os corpos

Abraçados uns aos outros.

 

Este era o cenário

Que se desenhava

Quase todas as noites

Embaixo de um viaduto.

 

Uma panela velha

Com grãos espalhados dentro

Mostrava com clareza

Do que se haviam alimentado.

 

Lágrimas corriam-lhes nas faces

Endurecidas pelo sofrimento

De que culpa alguma tiveram

Por este estado calamitoso.

 

Este quadro que se desenhava

Quase todas as noites

Sem que alguma viva alma

Parasse para prestar-lhes socorro.

 

Este é o lamento

Daqueles que mais necessitam

Para que possam sobreviver

Num mundo de poderosos.

 

 

 

JC BRIDON

 

 

JC Bridon
Enviado por JC Bridon em 19/12/2023
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