DÊ-ME NOTÍCIAS...


Por vezes, nos entregamos, de corpo e alma,

à ideia de que somos amados

com a mesma intensidade com que amamos.

Então nós nos iludimos

pensando que encontramos

um oásis em meio ao deserto da vida.

E, cegos de paixão, construímos sonhos,

erguemos castelos e moldamos um universo encantado,

uma realidade paralela onde reinamos, absolutos.

Até descobrirmos que o oásis

não passava de uma miragem;

e os sonhos construídos, os castelos erguidos,

o universo do qual éramos senhor,

caem em derrocada, sob a quente areia de um deserto árido.

Tudo desaba e ficamos à mercê de notícias,

sem compreender, de fato, o que aconteceu...


Me notícias daquela ingrata
Que sem bravatas se foi de mim
Me notícias da sua estada
Na longa estrada da vida, enfim...

Quero revê-la, num forte abraço
Chorar em seus braços, com emoção,
A vida passa como fumaça
Deixando coisas sem explicação...


(Já que não podes amar-me como dizes
Já que por outro é maior tua paixão,
Ó meu amor não precisas fingir, não,
Basta cortares o meu pelas raízes.)


Dê-me notícias por onde anda
A doce Amanda – insônia e fé -
Rima imperfeita, quebrado verso
Meu universo – amante e mulher?...

A minha amada sem despedir-se
Num disse-me-disse desapareceu...
E agora imploro, e sempre choro:
Volta querida, pra o colo meu...

E assim sofrendo sigo com essa dor
Que me angustia e me faz infeliz
E se alguém dela o paradeiro souber
Dê-me notícias...

Eu sou poeta e sofro por amor
Escute só o que o meu verso diz:
Se, por acaso, souber onde ela está
Dê-me notícias...

                         Dê-me notícias!...

 

Gurupá, Pará, Brasil, 6 de setembro de 2010.

Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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Contrafactum de "ME DÊ MOTIVO", composição de Michael Sullivan / Paulo Cesar Guimaraes Massadas, imortalizada na voz de Tim Maia.