Quanto tempo caminhei

na secura da alma,

olhos tristes e penetrantes

espiando os profundos abissais

da porção indizível de mim?

 

E, mesmo em meio ao espanto das perguntas,

meu desvendar permanecia no escuro,

escondido de mim e do mundo.

 

Era quando calava

o passarinho silvestre em meu peito

e a barcaça de palavras se deixava afundar

num lago de angústias e saudades.

 

E no entardecer das horas do dia,

olhos fitos no espelho da vida,

contemplam palavras

de um tempo de caminhos secos da alma...