Filha de Júpiter (Ode Wertheriana)
Você é o refúgio das mais belas tardes
que consolam corações desesperados,
É uma primavera imposta pela candura
da eternidade idílica de outrora,
É a aurora perpétua no âmago delirante
de quem aspirou teu esplendor febril,
É o estandarte imperial de todas as estrelas,
nascentes no éter solene de tua alma,
É todo sentimento mágico que floresce
o furor dormente no corpo das palavras,
É a talentosa engenheira involuntária
do castelo animado de meus sonhos,
É a entidade misteriosa que dá vida
ao mundo íntimo dos meus sentidos,
É a imagem de beleza impressa
no estro de meu inconsciente,
É o desvario intermitente da história
do meu coração errante;
Você é, livre, existindo em outra atmosfera,
enquanto minha solidão inventa curas
Você é o amor que engenhou em meu ser
a flor da gratidão do saber amar secreto
no silêncio de quem contempla
a orquestra total de tua existência.