Sol, Raiz e Semente

I

Parto para uma terra de sol.

Parto,

palavra cheia de dor

como algo que não se dá,

mas se arranca de si mesmo,

raízes que se arrebentam e partem

ficando na terra uma ferida acesa,

como um farol para aludir o caminho

iludido de uma volta incerta,

A essa cicatriz na terra chamamos

de saudade.

A saudade é a febre que alimenta

o farol das memórias,

compostas de rostos queridos

e cenários que só podemos acessar

dentro de nós,

seja por um momento

ou pela eternidade,

É o eco da dor ancestral

de todas as raízes que se arrancaram vida afora

formando através do tempo a genealogia

da árvore humanidade.

II

Me lanço em uma terra de sol;

Pois sou semente também,

um pequeno grão que anseia

nesse vasto mundo,

onde o desconhecido é um fertilizante irresistível,

é o cio do possível no impossível, sem fronteiras;

Sob as rotas do além a imaginação dança

em almas abissais espalhadas pelo globo

e faz brotar o elo que transcende o espaço,

A imaginação é o cultivo que compõem

o tecido de nossa sensibilidade

Na terra do sol

ainda sou “Quem?” para mim mesmo,

mas levo em meu núcleo a raiz

do sorriso aberto de cada um de vocês

como luzes cauterizadas que abriram

as estradas do mapa de minha vida,

Luzes que acendem um sol invicto,

um calor perpétuo,

um verão interminável dentro de mim.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 12/12/2023
Reeditado em 13/12/2023
Código do texto: T7952120
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