Vida de poeta
Vida do poeta (José Carlos de Bom Sucesso)
Acordar cedo e não ter medo do dia
Porque a noite lhe fez bem.
Sonhou com versos
E até com música.
Não perdeu o sono,
A leitura foi ótima.
Leu ficção,
Leu amor,
Leu aventura,
Leu até algo do além.
Olhou para a lua e viu que ela,
Toda cheia e brilhante,
Disse-lhe algo ao pé do ouvido,
Que poderia formar algum texto
Relacionado a amor
Transformando em ódio,
O que pensa e não pode dizer...
A vida do poeta, também,
É o dia ensolarado
Também, nublado...
Torna-se ele mais feliz ao ver a chuva,
Assusta um bocado ao ouvir o trovão...
Ele tem medo é do relâmpago,
Que lhe corta a alma...
Que lhe assusta
E lhe deixa sentir que algo poderoso
Está bem perto dele.
O dia, a noite...
Quem sabe a semana...
Um mês, dois meses...
Ah! Que felicidade
O poeta completar anos...
Assim, os versos não lhe deixarão,
Nem mesmo quando a morte lhe rondar...
Quando ela chegar, às vezes bem devagar,
Ele, a ela, escreverá e declamará
Algo dentro de si,
Triste, pela partida,
Feliz, por deixar algo
Que algum leitor leu
E talvez não entendeu.
Pedirá algum momento
Para escrever o último verso,
O epílogo da vida,
A parte mais linda e destemida,
O sonho que virou realidade,
Cheio de bondade,
Cheio de vida...
É amor,
É literatura,
Para as crianças,
Para jovem apaixonada,
Esperando o amor da vida...
Para o triste
Para o infeliz,
Para o mártir...
O poeta suspira os últimos ares,
Mas no último suspiro,
Ainda fará o verso mais lindo,
Que ele mesmo jamais lerá.