Seu gozo
O veneno doce escorreu
No canto dos lábios teus
Puro vinho tinto!
A colher do meu instinto
O meu ser canibal
Veneno potente no seio de seu ventre
A me tornar totalmente incompetente
No ofício de ser transigente
Educado e não demente
Mas, o que fazer?
Se tu és veneno em forma de serpente
A entregar a maçã ao primeiro indigente
Pra cobrir de luxúria
O casto desejo de um ser clemente
Do meu gozo insuficiente
Fui vítima de ti
Porque, por mais que te comi
Não vi você senti
O que há de mim, na entranha se parti
Resto-me, aqui.
Salve -me de ti.