SAUDADE
Agora que teu corpo virou pecado
e as bonecas não dormem mais
contigo ao teu lado no quarto
lembra-te sempre que a memória
é um invisível relógio parado
em que tudo que entra não passa
como imagens grudadas nos retratos
que nem aquela em que quando chegava
atrasado e cansado do trabalho
vinhas correndo com sorrisos nos lábios
e a felicidade me envolvia com teus braços