Neuro"divergências"

No disparate das aspirações...

Não quero discernir, o que se opõe aos meus complexos...

Por real, aquilo que me mostram...

Por instância imaginária, tudo o que possa alcançar...

Essa luta, nem deveria ser parte...

Notoriamente...

Falo do basal...

Auto isso...

Auto aquilo...

O problema, é ansiar pelos "autos"...

Cogito, aquilo que poderia existir...

Seria em meio ao meu "crescimento", a descoberta?

Ou já seria tão grande, sem saber?

Medo...

Nada certo na mente boicotada...

Não, o miserável problema não seria nascer "neurodivergente"...

Divergente?

Diverge?

Realmente?

Se pelo o que me abismo, por tanto observar...

Os "neurotipicos", criaram uma façanha total de mundo...

No que tange ao "divergente"...

Se minha mente, concatena mais que o suficiente...

Não é para "equilibrar"...

Me meteram na camisa de forças, do manicômio mais absurdo que eu vejo...

Recolhida, no canto estreito de um "mundo vasto"...

Escuto que, as peças que naturalmente não se encaixariam, por birra mais estapafúrdia querem tentar encaixar...

Entro em cada, despersonalização...

Ontem mesmo, um desses momentos...

Eu observo minhas mãos, braços, enfim...

Me vejo alheia do corpo...

É como se fosse o eu, observando o outro que nem é seu...

Pensando no esqueleto, que a carne reveste, nos órgãos que nos permitem a vida terrena...

Quem dera, prezados...

Que este exercício, fosse de muitos mais...

Lembrariam-se, da insignificância do físico...

Que essa matéria, tão efêmera e sujeita a tudo...

Muito frágil...

É senão, morada temporária, a qual habitamos, não para usá-la como estética...

Mas, como um meio que possibilite realizações, que façam o espírito transcender...

A oposição "vida e morte", deveria lembrá-las...

Mas, tão insanos, nessa encenação que realizam...

Na extrema valorização do superficial...

O aparelho psíquico, em muito, deixou de ser usado...

Ele que é o vital...

Me inquieto, em atinar para o fato...

De que essa espécie, seria racional...

É a espécie, que mata conscientemente...

E de tão estupida, vem matando a si mesma, cada vez mais...

A morte principal, ocorreu antes do físico...

A morte mental...

Necromentalidade, é o que vivem...

É um terrível absurdo, pertencer à raça humana...

Ora, um absurdo que me fornece privilégios...

Nasci com plena vontade, de ser tudo aquilo, que o espírito me condiciona...

Sou um sonho, na minha pele...

O sonho mais concreto, belíssimo na extensão evolutiva...

Eu vou...

Vou o quê?

Eu já sou...

O quê?

E que se não me posso compreender...

Desenvolta no meu excesso...

Nada mais eu peço...

Me desperto, no aprender...

Gisele Maria
Enviado por Gisele Maria em 10/12/2023
Código do texto: T7950851
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