E a vida sem graça
E o altar sem a missa
E a missa sem saber votar
E o culto sem questionar
E a comunhão sem o pão dividir
E a reza sem criticidade
E a fé tola que não move grão de areia
E o grito sem garganta
E a semente sem terra
E o olhar sem idade
E a velhice sem Leveza
E a beleza sem boniteza
E o ter esvaído sem poesia
E o voto sem consciência
E a promessa sem alicerces
E a peste sem dogma
E a droga com licença
Lícita sem licitude
E a atitude sem verso
E o perverso torto cara
E alma azulada no curtume
E o beijo sem lágrima
E o suor sem história
E o agora que se apavora
Sem lugar, sem luar e sem hora
E os altares entupidos de joelhos ensanguentados e vazios de sentidos
E o terreno que se alastra perpassando os instantes
Sem esterco e sem viés
E os homens inchados e avolumados e avolumando - se perante os séculos
de perdões sem culpas
de lágrimas secas sem portas
E as vidas cumpridas secas e desnutridas
Como as várias vidas abastadas de dinheiro sem sentir o cheiro de poesia em seu pão de cada dia !!!