E a vida sem graça

E o altar sem a missa

E a missa sem saber votar

E o culto sem questionar

E a comunhão sem o pão dividir

E a reza sem criticidade

E a fé tola que não move grão de areia

E o grito sem garganta

E a semente sem terra

E o olhar sem idade

E a velhice sem Leveza

E a beleza sem boniteza

E o ter esvaído sem poesia

E o voto sem consciência

E a promessa sem alicerces

E a peste sem dogma

E a droga com licença

Lícita sem licitude

E a atitude sem verso

E o perverso torto cara

E alma azulada no curtume

E o beijo sem lágrima

E o suor sem história

E o agora que se apavora

Sem lugar, sem luar e sem hora

E os altares entupidos de joelhos ensanguentados e vazios de sentidos

E o terreno que se alastra perpassando os instantes

Sem esterco e sem viés

E os homens inchados e avolumados e avolumando - se perante os séculos

de perdões sem culpas

de lágrimas secas sem portas

E as vidas cumpridas secas e desnutridas

Como as várias vidas abastadas de dinheiro sem sentir o cheiro de poesia em seu pão de cada dia !!!

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 09/12/2023
Código do texto: T7950609
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