Códigos

Retinas nem sempre veem tudo

Sempre é um delírio agudo

Agudo do grito de um apelo

Grito de que cesse o pesadelo

Pesadelo que nos deixa indefeso

Deixa cair dos ombros o peso

Peso da mão que condena

Mão de quem não tem pena

Pena do vício do injusto

Vício que cresce como arbusto

Arbusto no incêndio do medo

Incêndio que queimo em segredo

Segredo que guardo não inocente

Guardo para salvar minha mente

Mente que anda tão contaminada

Anda se perdendo dentro do nada

Nada é a resposta que invento

Resposta é o que busco com o vento

Vento me leve além desses lares

Além das areias e dos mares

Mares que revoltos me encantam

Revoltos pela pressa que emanam

Emanam a luz de uma divindade

Luz que intensifica a tempestade

Tempestade que sinto em minha ira

Sinto em meus poros como pira

Pira do fogo das constelações

Fogo que consome as estações

Estações que marcam a morte

Marcam como, na bússola, o Norte

Norte das procuras infinitas

Procuras tão solitárias e bonitas

Bonitas como as flores selvagens

Flores dos jardins das paisagens

Paisagens que gravei porque quis

Gravei para poder ser feliz

Feliz com o passar das horas

Passar pelo véu das auroras

Auroras que dormem divinas

Dormem nas minhas retinas

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 09/12/2023
Código do texto: T7950516
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