Códigos
Retinas nem sempre veem tudo
Sempre é um delírio agudo
Agudo do grito de um apelo
Grito de que cesse o pesadelo
Pesadelo que nos deixa indefeso
Deixa cair dos ombros o peso
Peso da mão que condena
Mão de quem não tem pena
Pena do vício do injusto
Vício que cresce como arbusto
Arbusto no incêndio do medo
Incêndio que queimo em segredo
Segredo que guardo não inocente
Guardo para salvar minha mente
Mente que anda tão contaminada
Anda se perdendo dentro do nada
Nada é a resposta que invento
Resposta é o que busco com o vento
Vento me leve além desses lares
Além das areias e dos mares
Mares que revoltos me encantam
Revoltos pela pressa que emanam
Emanam a luz de uma divindade
Luz que intensifica a tempestade
Tempestade que sinto em minha ira
Sinto em meus poros como pira
Pira do fogo das constelações
Fogo que consome as estações
Estações que marcam a morte
Marcam como, na bússola, o Norte
Norte das procuras infinitas
Procuras tão solitárias e bonitas
Bonitas como as flores selvagens
Flores dos jardins das paisagens
Paisagens que gravei porque quis
Gravei para poder ser feliz
Feliz com o passar das horas
Passar pelo véu das auroras
Auroras que dormem divinas
Dormem nas minhas retinas