Olhando-se

 

Não há como abrandar sentimentos.

Eles são. E como são são vividos.

Em toda sua força e expressão.

 

Os olhos se olham e, olhando-se,

se descobrem em cada sentir vivido,

em cada sentimento

que dança livre dentro do peito

e transborda pelas beiradas dos olhos,

pelos movimentos emudecidos

dos lábios e do coração.

 

Habituar-se a se olhar

e olhando-se se permitir descobertas

é o que nos faz saber mais sobre nós mesmos,

sobre quem somos só para nós mesmos,

na profundidade de nossa essência, do nosso ser.

 

Imagem: A Menina e as Margaridas - Tela de Winslow Homer.