QUEIMADURA
Poesia tem que ser agora
No segundo único que tenho
Aproveito a faísca, centelha que acende
E faço fogueira queimando meu lenho
Dedos tocando brasas candentes
Intento aquecer o verso nascente
Na esperança de quem os ler
Ainda perceba a mesma quentura
Do poema de agora
Marcando a carne
Com cicatriz de queimadura