VIVENDAS
Ó, sertão verdejante, pouco de seu verde
É nativo.
Por te cultivar me cultivo viço nas raízes
Fincadas.
Ó, enxada cortante, pouco de seu frio fio
Me corta.
Por te capinar me expio sombrio nas ruas
Paralelas.
Ó, saudade angustiante, pouco de seu sentir
Me recordo.
Por te recrutar me sorrio avesso e sóbrio,
Simplesmente.
Ó, ser tão dominante, pouco de seu elã
Flameja.
Por te camuflar me procuro cego omisso,
Daninhando.
Ó, sertão distante, pouco de seu "terroir"
Permanece.
Por te morar me moro em pacato tugúrio,
Solenemente.
Ó, ser tão instigante, pouco de seu tempo
É evocado.
Por te resgatar me abrolho viril frondoso,
Envolvente.
Ó, sertão sertanejante, pouco de seu durar
É requerido.
Por te pertencer me apregoo senil moroso,
Carinhoso.
Oh, sertão agonizante, pouco de seu chão
É perpetuado?
Por te sonhar imaculado me redimo cálido,
Saudoso