A Anemia dos Dias

Pois é, pandemia

Não mais angustia

Mas o isolamento...

Ah! Esse continua.

Não aquele social

E sim aquele tipo...

Digamos, visceral.

Que mata aos poucos,

Não modo contágio,

Mas na forma real.

Mata porque isola,

Porque não elabora

Virtudes do vírus,

Pois nem corrobora

Nem pensa o outro

Como um ser humano

Que implora, chora

E mendiga carinho.

Pois é, pandemia,

Fostes...Desta vez

Restou-nos a anemia

Dos dias isolados,

Desprovidos do Sol.

Referência:

MALLMITH, Décio. A Anemia dos Dias (Poesia). In Prosa e Verso à Beira-Mar. Academia de Escritores do Litoral Norte - RS – AELN. p. 81. ISBN: 978-65-992318-2-7. Capão da Canoa: AELN, 2020.