ANSIEDADE CONSCIENTE
Entre anseios e desejos
Vivo em busca de respostas
Não sei o que pretendo encontrar
Mas, a vida não pode ser assim tão morna
Inquieta, numa velocidade que assusta
Me deixa muda, calada, cabisbaixa em mim mesma
Preciso encontrar onde ficou perdida minha calma
Minha sensatez
O meu mundo desaba
E eu simplesmente não sei o que fazer.
Sinto-me distante
Perdida
Inoperante
E olho para todos os lados
Não há quem possa me ouvir
Quem olha para mim
Enxerga apenas a alegria
Mas não consegue compreender a dor
O vazio que pousa em meu ser
A dor que desatina
A ferida que ensina
O respirar perdido
De outrora.
Será que é assim mesmo?
O caminhar desta vida?
Inenarrável vazio
Sinto flutuar-me como num rio
Cheio de laço e dor
Sinto que não vou aguentar
Minha alma está sufocada
Mal humorada
Dilacerada
E eu não encontro a razão
Não encontro motivação
Há dor
Há inquestionável saudade
Voracidade
Solidão
Uma solidão por vontade
Não sinto prazer
Não quero ver ninguém
Não quero socializar
Não quero que me vejam sorrir
E por dentro chorar
Quero cultivar essa dor
E um dia poder me levantar
E entender o desamor
Que me levou a fraquejar.
Sempre fui tão forte
Não quero me entregar a morte
A dor, a inenarrável dor
Jogada a própria sorte.
Quero ser inspiração
Para todo ser
Quero ser motivação
Mas neste momento
Sou frio, sou vento
Sou chuva e não quero ser sol
Nem flor rouxinol
Quero cultivar essa escuridão
Em que se encontra meu ser
Quero um leve suspirar
Quero entender
O sofrer
Deste eterno sufocar
Que me apavora
Nesta hora.
Tenho medo
Muito medo
Mas sei que não estou sozinha
Sei que haverá um dia
Que essa triste agonia
Não será mais minha
E assim
Eu terei paz
Mas quero agora viver
Esse momento
Preciso deste sentimento
Mergulhar dentro do meu ser
E viver a nostalgia
Porque quando eu quis gritar
Não encontrei vozes
Agora quero calar
Meus atrozes
E viver intensamente
O vazio
Neste rio
Da minha mente.