Médico, onde estais ?
Ora (direis) perseguir médicos! Certo,
Perdeste o dedo. E eu vos direi, no entanto,
Que hei procurá-los, muita vez tão perto,
E abro os consultórios, pálido de espanto...
E revira-se todo canto, enquanto
O SUS nada, como um barco no deserto,
Vazio. E, ao vir do atendente, rude berro, um pranto,
Seu nome chamar rugir tão incerto.
Direis alegre: - “É agora comigo?
Que boa conversa terei com o doutor sobre a dor no peito sentido
Talvez pergunte: dói onde, amigo?”
E eu direi. – “Em todo canto onde dores se possa tê-las!
Pois só quem sofre entende, não duvido
Que responderá: que tenho eu contigo?
FIM
Obs.: Paródia bem humorada do poema "Ouvir Estrelas" do grande Olavo Bilac