De século em século
Lá onde mais suave entre os coqueiros,
O vento da manhã nas casuarinas
Cicia mais ardente suspirando,
Como de noite no pinhal sombrio
Aéreo canto de não vista sombra,
Que enche o ar de tristeza e amor transpira...
Lá onde o rio molemente chora
Nas campinas em flor e rola triste...
Alveja, à sombra, habitação ditosa,
Coroa os frisos da janela verde
A trepadeira em flor do jasmineiro
E pelo muro se avermelha a rosa.
(Álvares de Azevedo)
Antes veio a Ordem
pediam para quebrar a Ordem
Depois veio os Acordos
pediam para pagar os Acordos
Depois veio a Liberdade
Pediam para controlar a Liberdade
Depois veio a Guerra
pediam para amar na guerra
Depois veio a Paz
Pediam para causar a guerra
Depois veio a Dor
Pediam para renunciar por Amor
Depois veio a Cura
pediam para morrer por Amor
Depois veio as indústrias
pediam para afastar o Amor
Depois veio a corrupção
Pediam para buscar um amor verdadeiro
Depois veio o amor verdadeiro
pediam por heróis
Depois veio os heróis
pediam homens
Depois veio homens
pediam Deuses
Depois veio os Deuses, não acreditaram e pediram ordem
Depois da Ordem pediam a mudança da ordem
Veio a Mudança
pediam a “evolution”
Veio a evolução
pediam o Respeito
Veio o Respeito
disseram ser Violência
Busquei a Violência
Ela disse: - É Respeito!
Depois do Respeito eles pediam:
- Deixa do nosso jeito!
Alguém alegou:
- Deixa do jeito de cada um!
Veio o destino
Depois do Destino
Vieram pedir a Justiça
Depois da Justiça
Pediram perdão
Depois do Perdão
Deixaram de pedir
E vieram dizer que não tem mais fé.