Antares

Nasci em uma noite de inverno do Sul tropical,

Onde você fulgura dentre todas as luzes,

Embora distante no tempo e no espaço,

Ainda te vejo marciana a queimar o céu gélido julino,

Coração rubro, ardente, indômito,

inalcançável mesmo por Órion,

Tudo ou Nada é um ímpeto único do desejo

que escapam pelos poros do teu ser,

Âmago drástico que transborda as fronteiras do existir,

Sempre em fuga para o desconhecido, para o indefinido,

Sempre antagônica, uma Tília de raízes incendiárias,

Flocos de neve doce que envolve

a rosa escarlate no seio de Escorpião,

Aurora encarnada na noite,

Dourado vento estelar que encaracolou o céu

numa noite azul em Arles

é o sopro helicoidal que emana de teu elmo,

hálito da luz de mistério que adentrou em meu peito

num retrato do passado pueril;

Nada sei de ti além do brilho que chega a mim

do passado ou das mensagens no agora espaçado,

Só sei do que sinto,

irreal, insensato, desmedido,

como algo que estivesse sempre ali

guardado na caixa da infância

esperando para ser despertado,

para ser escrito aqui

com as estrelas de Van Gogh

ou com a supergigante vermelha

coração do teu signo.

Leandro Tostes Franzoni
Enviado por Leandro Tostes Franzoni em 02/12/2023
Reeditado em 01/02/2024
Código do texto: T7945559
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