Contraditória
Sou incongruente
do lustre art-nouveau ao chão de taco.
Sou confusa
do salto alto ao pé descalço.
Sou paradoxal
da piadista à cartesiana.
Sou complexa
do efêmero ao eterno.
Sou divergente
das impressão alheias ao meu descaso.
Sou contrastante
entre a dor do meu trabalho e o renascer na cicatriz.
É nesse emaranhado de contradições
que teço a teia que aprisiona
o alimento da mina alma.
Sou como a abelha:
exploradora de jardins
mas comprometida com a colmeia.
É com a cabeça nas nuvens que eu sonho,
mas é com os pés no chão que eu realizo.
Uma parte de mim quer ser enorme
e a outra se pergunta: precisa?
* Poema feito sob encomenda.