Rescaldo
A inquietação não passa
e a hora já é envelhecida
de clausuras íntimas.
Revolvo-me entre as espirais
das últimas frustrações.
A alma se faz vulnerável
enquanto trafega por ruelas interiores.
Não quero amofinhar amarguras,
mas eu podia ter dado mais de mim.
Agora é tarde e... suavizada a adrenalina...
acordo meus alardes,
ao mesmo tempo em que contemplo no espelho
o olhar de pergunta: por que?
Devo economizar nas falas
e deixar rolar a lágrima
que segurei até agora...
Sou juíza de mim e já me condenei
a um recuo estratégico
para alguma cidadela interior.
Ali não há espaço para palavras,
somente para o silêncio.
Preciso lamber as feridas
e cobrir de sal os machucados
que eu mesma me fiz...