SONETO IMPERFEITO PARA UMA IMAGEM PERFEITA
SONETO IMPERFEITO PARA UMA IMAGEM PERFEITA
Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy
I
Imagino que olho teus olhos (eles têm história e possibilidades)
Imagino que penetro em tua alma (mística e infinita)
Imagino que viajo por tua história (desconhecida e misteriosa)
Atraído e intruso (de novo) acaricio a tua memória
Que é tua, só tua, profunda, porque não compartilhas teus dilemas
Porque de você, eu pouco sei ou nada sei
II
Indiscreto, avanço em teu corredor de lembranças
Irrequieto, reconheço na minha memória, de tua memória,
Apenas fragmentos e fortes e fracas impressões
III
A forma espiral de teus lábios acomoda um sorriso de enigmas
Como a esfinge que condicionou não devorar o viajante atrevido
A ser por ela devorado (e então...)
IV
Invento que teus olhos me pedem
Para que eu adentre em tua alma
Com as possibilidades infinitas de uma nova história
Que se acomoda na imensidão das possibilidades de teus olhos
Que são teus, de quem pouco ou nada sei