Cegueira
De que cor são teus olhos? Não te vejo!
Há quanto tempo!...que me esqueci…
Que pena que meus olhos não tenham mais luz!
E eu não poder ver o teu brilho inusitado!
O tempo sofre, lento, muito lento, imaginando-te!
O tempo está viciado no som do violino que assombra,
a mente lúcida em timbres nostálgicos…
Abandonado, sem alegria, sem cessar-fogo,
bombardeado pelo tédio que abate a esperança...
De que formato são teus lábios? Não te sinto!
O tempo cisma, a noite oculta e o dia ofusca,
as poucas lembranças morrem sem amar...
O tempo que conhece as feridas do corpo e da alma,
que se ajoelha ao Senhor para as sarar...
Como é o teu aroma? Estou sufocado!
O tempo morre com o sol e a lua e nasce a poesia...
Saudade do tempo...
Saudade de chorar...
Saudade de ter vivido…
Saudade de ver…saudade de te ver!
De olhos fechados, a sonhar...
Não conheço a cor dos teus olhos pela cegueira,
Não te sinto pelo castigo da castidade das mãos,
Não conheço o teu aroma porque te perdi!
Sim meu amor, morro lentamente…muito lentamente...