O homem probo
Que podes, ó homem que não sorri ao delírio do bêbado que diz ser Napoleão.
Homem probo, segundo as regras de classe, que não trai princípios dos 500, dos 600, dos 700, dos 800...
Do homem que não trai os passos
Dos seus que antes dele vieram
Homem reverenciado. Homem da corte e do corte, que veste às mais caras e invejadas grifes.
Ao bêbado, à prostituta, ao menino sem pai, sem mãe, sem chão, sem pátria, tudo, menos consideração.
Homem probo, homem exemplo de um tempo triste
Triste porque se fez sobre escombros humanos
Triste porque do riso tímido no canto da boca
para os delírios do bêbado
O homem probo sabe
Não é delírio o que diz o bêbado sobre as incomodadas verdades
Mesmo quando diz ser Napoleão, não é delírio
O homem bêbado é grande como Napoleão
E sofre de amor
Como Napoleão