PROSTRADO
PROSTRADO
Prostrado pela tela
A pele amorfa
A indignação passageira
Esvai-se em mais uma imagem
Lá fora o cinza quente
O turbilhão do barulho
O silêncio morto
Pelas vozes de protesto
Sem saber os porquês
A maioria burra
A minoria estúpida
Meia dúzia de esclarecidos
Mais para bandidos
Dão as cartas sempre marcadas
De inconfessáveis propósitos
E a turba muge e zurra
Pela esmola cuspida na bolsa
Que vale um sanduba
Uma cerveja quente
Uma bandeira sem mastro
Enrolada no corpo maltratado
E na cabeça um vazio
A não ser um pedido
Uma esmolinha tio
Para uma tragada ou cheirada
E maluco apodrece
Em cada esquina
A caminho dos sem lápide
Um ilustre desconhecido
Desde que foi parido
Jogado no lixo mais profundo
Da sempre hipócrita humanidade
Essa a única verdade