NOS CANTOS DA PAREDE
Nos cantos da parede do condomínio
Havia flores vencendo o concreto
Não eram flores fartas ou belas
Mas eram flores que eu via da janela
E todo dia as admirava
Manhã após manhã não me cansava
De ver a força das flores querendo viver
Até que, numa segunda qualquer,
Abri a janela e não havia mais nada
Dos cantos da parede as flores foram arrancadas
E minhas manhãs um pouco morreram
Perdi o canteiro do meu dia a dia
Mas o tempo e a chuva regaram a parede
E uma pequena flor, filha e descendente
Rompeu a semente, e no canto surgia