NOS CANTOS DA PAREDE

Nos cantos da parede do condomínio

Havia flores vencendo o concreto

Não eram flores fartas ou belas

Mas eram flores que eu via da janela

E todo dia as admirava

Manhã após manhã não me cansava

De ver a força das flores querendo viver

Até que, numa segunda qualquer,

Abri a janela e não havia mais nada

Dos cantos da parede as flores foram arrancadas

E minhas manhãs um pouco morreram

Perdi o canteiro do meu dia a dia

Mas o tempo e a chuva regaram a parede

E uma pequena flor, filha e descendente

Rompeu a semente, e no canto surgia

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 25/11/2023
Reeditado em 25/11/2023
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