"EU CREIO... DO JEITO ERRADO"
Um pouco de ar frio...
só um pouco de ar frio.
Pois sei que amanhã pagaremos
pelos nossos pecados, então...
2:30 da manhã, só um pouquinho
de ar frio...
A lua está amarela à confundir-se
com as luzes dos postes acesos.
Essas pessoas dirão que eu não
creio em Deus, tanto quanto elas....
Ou que creio
do jeito errado.
Do jeito
rebelde...
E falam de juízo final sem observar...
os termômetros, sem contabilizar as mortes
e as lágrimas das mães que choram seus filhos
não pelo adulto que eram antes de morrer;
Mas pelas doces crianças que foram
antes de se tornarem rapazes e moças.
Veja bem, eu comecei o poema pensando
em fazer um texto escrachado e ironizando
sobre a crença alheia... e agora, eu só quero:
Que a cidade inteira durma bem...
Que a seca passe, que a tristeza nos deixe
que para cada poste, abajur e lamparina;
haja pelo menos UMA... Estrela Dalva.