"EU CREIO... DO JEITO ERRADO"

Um pouco de ar frio...

só um pouco de ar frio.

Pois sei que amanhã pagaremos

pelos nossos pecados, então...

2:30 da manhã, só um pouquinho

de ar frio...

A lua está amarela à confundir-se

com as luzes dos postes acesos.

Essas pessoas dirão que eu não

creio em Deus, tanto quanto elas....

Ou que creio

do jeito errado.

Do jeito

rebelde...

E falam de juízo final sem observar...

os termômetros, sem contabilizar as mortes

e as lágrimas das mães que choram seus filhos

não pelo adulto que eram antes de morrer;

Mas pelas doces crianças que foram

antes de se tornarem rapazes e moças.

Veja bem, eu comecei o poema pensando

em fazer um texto escrachado e ironizando

sobre a crença alheia... e agora, eu só quero:

Que a cidade inteira durma bem...

Que a seca passe, que a tristeza nos deixe

que para cada poste, abajur e lamparina;

haja pelo menos UMA... Estrela Dalva.

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 25/11/2023
Código do texto: T7939749
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