CARÍCIA DE MÁQUINA
um dia inteiro e meio
a roupa grudada no corpo
mostra uma veia cinzenta na transparência do seio
num ângulo não erótico, mas cômico, quase torto
a quem me refiro quando me excito
não vem ao caso se ao acaso me lanço
fecho os olhos nessa terra nova e acredito
que há um ritmo, há um certo balanço
não sou metal mas sou a máquina
a fria besta elétrica metálica
a potência desregulada eletro-fálica
o ventre do blecaute
todo o agora e o depois
o gosto guardado da carne anterior
sei de cada uma, sem dar nome aos bois
tem a que quer morto, tem a que me pede amor
e quem eu preciso quando me excito
não aparece para meu deleite e descanso
fecho os olhos nessa terra nova e ejaculo aflito
saciado na carne, a alma queimando de banzo
não sou metal mas sou a máquina
a fria besta elétrica metálica
a potência desregulada eletro-fálica
o ventre do blecaute