MEU ANIVERSÁRIO
Nenhum pedaço de bolo.
Nenhuma vela.
Fechado num quarto,
perdido no silêncio a pensar
nas coisas boas e ruins
que a vida me deu.
Como o sorriso de mãe
e o choro na despedida.
Quando tempo?
Nem sei quem sou.
Nem pra onde ir.
Lá fora um frio danado.
Nem posso pensar sozinho.
O meu peito de magoa,
mas do quê?
Eu não sei, talvez da solidão.
O sol que não vem.
Alguém me telefona,
dá os parabéns e desliga.
Quem sabe um gesto cafona?
Novos planos.
Enfim, eu,
com meus vinte e cinco anos.