Narcisa

Sou filha de beleza estonteante

Herdei da minha mãe a vistosa aparência

Poderosa e invencivel rainha entre reis

Além do orgulho e amor a minha alma

Eu nasci nesse palácio real

Herdando o posto de belissima princesa Aguardo pacientemente casar-me com

O meu futuro marido e poderoso imperador

Quando estou a sós no quarto

Cujas paredes são ouro maciço

Contemplo as minhas feições

Do meu rosto esplendoroso

Bem acompanhado de loiros cabelos

Meus olhos brilhantes observa

A minha outra metade própria

Sorrindo e esboçando os dentes alvos

Tais como a camada de límpida neve

Pergunto perante o reflexo perfeito

Se neste vasto reino há mais mulher linda

Do que a minha forte vaidade

"Não existe, querida"

Pois tú és belissima perante todas

As mulheres do reino"

Diz ela, piscando alegremente

Desde dos homens

Dos mais simples camponês

Até o mais refinado nobre

Todos contempla-me admirados

Amo quando sou bajulada pelos olhos

No lindo jardim regado a tulipas e avelãs

Vou até a fonte de cristalina água

Para contemplar essa feição divina

Herdada pela deusa pagã Afrodite

Digo a me mesma

Como me amo de maneira exagerada

Deixando os outros abaixo de mim

Amo trajar roupas douradas

E colares sobre o meu pescoço sensivel

Sempre andando com aneis de rubi

Elevando a boa estima

Sou Narcisa

A herdeira da vaidade

E amante de minha própria soberba.

M N Salomão
Enviado por M N Salomão em 18/11/2023
Reeditado em 19/11/2023
Código do texto: T7934704
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