Narcisa
Sou filha de beleza estonteante
Herdei da minha mãe a vistosa aparência
Poderosa e invencivel rainha entre reis
Além do orgulho e amor a minha alma
Eu nasci nesse palácio real
Herdando o posto de belissima princesa Aguardo pacientemente casar-me com
O meu futuro marido e poderoso imperador
Quando estou a sós no quarto
Cujas paredes são ouro maciço
Contemplo as minhas feições
Do meu rosto esplendoroso
Bem acompanhado de loiros cabelos
Meus olhos brilhantes observa
A minha outra metade própria
Sorrindo e esboçando os dentes alvos
Tais como a camada de límpida neve
Pergunto perante o reflexo perfeito
Se neste vasto reino há mais mulher linda
Do que a minha forte vaidade
"Não existe, querida"
Pois tú és belissima perante todas
As mulheres do reino"
Diz ela, piscando alegremente
Desde dos homens
Dos mais simples camponês
Até o mais refinado nobre
Todos contempla-me admirados
Amo quando sou bajulada pelos olhos
No lindo jardim regado a tulipas e avelãs
Vou até a fonte de cristalina água
Para contemplar essa feição divina
Herdada pela deusa pagã Afrodite
Digo a me mesma
Como me amo de maneira exagerada
Deixando os outros abaixo de mim
Amo trajar roupas douradas
E colares sobre o meu pescoço sensivel
Sempre andando com aneis de rubi
Elevando a boa estima
Sou Narcisa
A herdeira da vaidade
E amante de minha própria soberba.