Te quero
Dispo – me de roupas
De alma e da decência
De lembranças em decadência
Abstenho – me de subterfúgios
e subjacências
me entrego a quase demência.
Salvem - me d`a minhalma em efervescência
Pois, sei que amar é dor que dói doendo!
com as entranhas remoendo
Sei disso e não tenho atinência
Venhas assim ou assado
de todo jeito
Por todo lado
cozido, ensopado
Assim:
Te capturo com a retina
o que é de ti entrego ao meu estômago
Suas cavidades, o seu manto
e vou profundo em seu âmago
Me largo à ti sem anteparo
e não há reparo
Pois és minha sobrevivência
e meu pecado
Assim, largo até a minha essência
e mesmo a quiescência.
E não aceito discussão
pois, qual tolo deu razão
ao TAL coração ?
Oh! minha TAU inspiração
Digo-te, não há aqui rompante
pois, se estou no teu semblante
no brilho dos olhos teus dilacerantes
sinto estar extasiado, tal qual o amante
E digo-te, sem pudor
Ou dor...
Aquele que tem a mais doce atenção
que recebe o fruto da paixão
tal qual o vinho mais caro
não carece qualquer reparo
E,por assim
como tudo que é sagrado
Sem cuidado, restei posto, anestesiado
e de morte pura, condenado
Mas, ainda assim
Eu por ti,
meu amor doce !
Embebedo-me de certeza
e aventuro-me sem pensar,
vou-me, por simples te alçar
E indo assim, te sugo e te como
e te deixo um recado ( minha maçã)
ainda que seja pecado:
no paraíso estaremos pelados.