Respiração
No fio da respiração, entre suspiros sutis,
Rola a minha vida monótona, como um rio calmo,
Cada respirar, um elo do tempo que se desfaz,
E o peso do meu coração, uma melodia em palavras.
Tu não vês o jogo que se perde nas entrelinhas,
Como as palavras que dançam ao vento, despercebidas,
E eu, mero espectador da sinfonia da existência,
Observo o balé silencioso das horas perdidas.
Passas longe, como um viajante entre nuvens rápidas,
Carregando consigo um céu de estrelas em mãos,
Enquanto eu, aqui embaixo, traço caminhos invisíveis,
Com cada estrela, um sonho, com cada nuvem, um devaneio.
Para que serve o fio trêmulo da minha respiração,
Em que rola o peso do meu coração incerto?
Será um laço que nos une, sereno e persistente,
Ou apenas um eco do tempo, um sussurro do universo?
Na dança cadenciada da vida, questiono e contemplo,
Cada fio que se tece na trama do destino,
E, entre as sombras e luzes, sigo o fio trêmulo,
Com a esperança de que o coração encontre seu destino.
Assim, nesta jornada efêmera, onde o fio da respiração se entrelaça,
Deixo-me levar pela correnteza, entre o mistério e a canção,
Aceitando que, no rolar dos dias, no pulsar do coração,
Encontramos o propósito nas entrelinhas da nossa própria emoção.
Diego Schmidt Concado