Mais uma vez

Fazia uns anos que não fazia

Que não deitava no chão quente do final de tarde

Que não olhava para o céu azul e para o espetáculo das aves

Que não abstraia qualquer pensamento ou sentimento, respirando com mais liberdade

Com a mais simples profundidade

Vivendo pelos sentidos

Olhos, tato, olfato

Escutando o coração calado

A mente existindo no espaço

Alados

Sem o tempo para apressar os passos

Aliviado, jogado, sem compromissos com o futuro, nem com o imediato

No presente mais calmo

Meditando, envolvido por esse velho hábito

de viver