MADAME NAGÔ NO SERTÃO

Numa tarde tão comum

Como essas que são de verão

Quentura e mormaço imperam

Nas vielas do sertão

Senti uma certa tontura

Vi na realidade ilusão

Sentei, não achei solução

Ao zumbido em meu ouvido

Creio que por algum segundo

Cheguei a perder o sentido

Pois quando penso que não

Tão de repente te vejo

E não sei se é a realidade

Ou mera ilusão do desejo

Vi tudo ganhar mais cor

Vi o sertão fazer festa

E o próprio vento a fazer orquestra

Do teu perfume nagô

Magnum opus do artista

Deus mesmo determinar

A natureza contemplar

A tua beleza infinita

Quanto a riqueza que carregas

No asfalto da rua onze

É o próprio sol quem te enxerga

E faz reluzir o teu bronze

Guillherme Sotero
Enviado por Guillherme Sotero em 15/11/2023
Reeditado em 16/11/2023
Código do texto: T7932790
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