Bicho home
Enebriado pelo calor
Enquanto o sol derrete o asfalto
A cidade se entorpece de tudo
e de nada na mesma hora
Estupefata por simples ser assim
Dado por fadado o futuro!
Dá-se que é tempo de se ter tudo
Quando do tudo se tem nada
Nem o existir de fato (o ser)
Assim:
O nada se impõe pela pura ausência da alma
Do não perceber-se parte do todo
por menor que seja a parte
por maior que seja o todo
E de parte em parte
O verão segue esfacelando a previsão
Pois, de tudo já não se prevê mais nada
Por simples, é a saga do faminto bicho home
Ah...esse bicho!
Da relva anda comendo até as raízes.