Cativo-me
Na obscuridade profunda
Eu mesmo me cativo
Dentre ondas oriundas
De pensamentos destrutivos
As sombras dançam
No silêncio me esquivo
A mãos que me chamam me alcançam
E mesmo assim as evito
Dentre a escuridão onde a dor me ganha
Trazendo lembranças um lamento se espalha
Tecendo teias como teias de aranha
Me cativo calado e cultivo minha alma
No eco soturno das memórias perdidas
Na melodia de domingos me refaço
Arrependimentos se estendem e cutucam feridas
E dentre poesias eu mesmo me abraço
Assim, na penumbra do pensamento que insiste
Eu me cativo ao som da despedida
A gente sente muito mas não admite
E o que me resta é cuidar desta mente sentida