A ninfa e a rosa

A ninfa dança

Adornada por flores

Seu belo corpo em cruel delicadeza

Moveu-se às roseiras

A todas elas, toca,

Ao chão caem frias

Sem vida, se põe a sangrar

Rosas lindas e sofregantes

Se indo, partindo, vertendo-se

lembrando-se de quando

Vivas eram, e felizes.

É a morte quem achega-se

Mais viva que estas

E a ninfa chora arrependida

Tenta à morte dizer:

- Leve-me em lugar

Destas puras e calidas almas,

Maldito ser.

Mas é a morte fiel

Ao chamado do além:

- Tua hora, oh bela jovem

Se achegará também

Mas é agora

Chegado o instante de se despedir.

E a ninfa ajoelha-se

Toca novamente o pequeno

Corpo das flores moribundas

Suas frias e lindas lágrimas

Caem como chuva.

Se levanta a ninfa

Dançando e cantando

Em redor das póstumas rosas

O vento em varredura faz levar

As pétalas que suspiraram de dor e beleza

Ela sabe que no fundo, enquanto viver

Não resistirá

À natureza que deveria proteger.

Tornará a tocar

Novas flores, novas rosas

A saber

Que as que adornam seus longos cabelos, vivas foram

Agora somente frias, mortas, gélidas

Sem vida.

Ligeia Amanna
Enviado por Ligeia Amanna em 11/11/2023
Código do texto: T7929957
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