Eu não sei bem sobre
o que escrever hoje.
Eu tenho 39 anos…
Então os trinta já não
tem graça alguma
e os quarenta ainda
não chegaram...
Então eu não
tenho nada.
O Cafezinho não
está lá grande coisa
e a temperatura
até que
está boa…
A cidade precisaria
de muito mais que um
ou dois, ou três, ou trezentos
DIAS de uma temperatura boa.
[Minha cidade teve um ano
marcado por constantes pequenas
desgraças que juntas e unidas, formam
uma enorme catástrofe]
Eu não sei sobre
o que escrever…
Geralmente eu SEMPRE sei.
Amanhã, já estou
preocupado com
amanhã…
Falarei de quê
e de quem?!
Não existem mais
“MUSAS” não existem
informações e fontes
seguras...
Acontece que:
Eu não preciso eu não tenho
a menor obrigação de escrever
todo dia...
e falar sobre
isso e aquilo que
acontece.
Eu não tenho obrigação
de falar e muito menos de
SENTIR amor ou paixão…
Aquela “sensação” de paixão
que soa parecido com a
sensaçãode estar em perigo.
Ninguém nunca
me mandou, me obrigou
a escrever…
E se escrever:
Eu não tenho
NEM a obrigação
de ser bom… !
Eu não sei bem
sobre o que
escrever hoje.
Eu não tenho provas
da faculdade; eu comprei
um livro mas tudo que
fiz até agora
… foi levá-lo comigo
pra baixo e pra cima sem
ler página nenhuma…
[“Oh! Sweet Nothin’…”]
É só fechar os olhos…
É só fechar os olhos…
[“He ain't got nothin' at all…”]
É só sentir o vento…
É só sentir o vento…
[“Oh! Sweet Nothin’…”]
No rosto…
No rosto…
[“He ain't got nothin’' at all…”]
Ainda que
o vento seja...
O Vento do Ventilador.