CONFESSO-ME SENHOR
Confesso-me Senhor.
Que nas encruzilhadas da vida.
Tropecei, cai e levantei-me.
Experimentei tempestades e bonanças
Mas fui caminheira da esperança
Sacudia os joelhos feridos.
Da areia fina dos trilhos
Em que me desnorteava
Curei essas chagas sofridas
Nos atalhos do desespero
Minha cabeça continuou erguida
E embora pisada avancei
De saudades me enlutei
De magoas me consumi
Provei do cálice amargo
Nas rosas mais belas me piquei
Mas! Eu sei que sabes tudo.
Foi Tua mão, que encontrei
Na encruzilhada mais escura.
Quando, triste e insegura
Teus olhos me deram a luz
Que na vida me orientou.
Aceitei tua mão estendida
Curvada, recebi Tua afeição.
Deste-me o ombro seguro
Deste-me colo, aceitei.
Em tudo Tua glória se revelou
E ao norte da vida me alumiaste.
Que mais Te direi Senhor
A não ser que Teu amor
É o suporte da minha vida.
Dizer-Te que errei?
Bem sabes, que sim meu Senhor.
Tenho rancores, desamores.
Chagas que me desatinam.
Perdões, que me custam conceder.
Pequei por amor também.
Sou tempestade, em mar aberto.
Ou em areal, levantado do deserto.
Convivo com as minhas explosões
Que podem, a todo o momento,
arrastarem meus afectos,
magoando meus anelos.
Mas sou assim, consumada em mim.
de t,ta
26-12-07