Não espere nadica do poema: o arredio

(Tem o dom da palavra em pó: o feitiço),

Desliza invisível no fio da hora: o epílogo,

A ilusão da linha final da pedra: o abismo.

Quem sabe aplico a paleta dos comprimidos

(Eles reinam sobre todo o território sombrio,

Ornam os buracos e o caos do móvel tremido)

E tinjo de breu a cortina do meu falso infinito?

Por entre as bordas de um silêncio, não existo

Na sinfonia muda deste mundo (a que renuncio).