Para onde correm os meus rios de versos...

Pode ser que a retida imagem

De uma mulher bonita e presumivelmente

Um furacão na cama,

Abra de tal modo as torneiras dos meus sentidos

Que a imaginação jorre incontrolável

Pelas minhas tubulações

Do real e do imaginário,

E deságüe incontrolável, em rios de versos...

Mais comum, entretanto,

É que a ternura de uma alma de mulher,

A doçura de um encantado sorriso,

E a envolvente luz de um olhar que promete,

Abra as represas da minh’alma,

E a imaginação, ardente e impetuosa,

Se me escorra em rios de versos...

Correm todos os meus rios de versos

Para os mares gloriosos

Do amor correspondido?

Ah! Quem me dera que assim fosse!...

Os meus rios de versos

Correm céleres, mas quase sempre

Para os mares sem deuses do desengano...

E, quando de lá voltam,

Só não voltam secos,

Porque se as águas correm para os rios,

Para eles vão as águas

Dos meus olhos quando choram...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 26/12/2007
Reeditado em 13/09/2008
Código do texto: T792711
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.