Para onde correm os meus rios de versos...
Pode ser que a retida imagem
De uma mulher bonita e presumivelmente
Um furacão na cama,
Abra de tal modo as torneiras dos meus sentidos
Que a imaginação jorre incontrolável
Pelas minhas tubulações
Do real e do imaginário,
E deságüe incontrolável, em rios de versos...
Mais comum, entretanto,
É que a ternura de uma alma de mulher,
A doçura de um encantado sorriso,
E a envolvente luz de um olhar que promete,
Abra as represas da minh’alma,
E a imaginação, ardente e impetuosa,
Se me escorra em rios de versos...
Correm todos os meus rios de versos
Para os mares gloriosos
Do amor correspondido?
Ah! Quem me dera que assim fosse!...
Os meus rios de versos
Correm céleres, mas quase sempre
Para os mares sem deuses do desengano...
E, quando de lá voltam,
Só não voltam secos,
Porque se as águas correm para os rios,
Para eles vão as águas
Dos meus olhos quando choram...